A taxa Selic em 15% ao ano (a mais alta desde 2006) trouxe novos desafios ao mercado imobiliário e exigiu atenção redobrada de investidores. Fundos, ativos de desenvolvimento e operações de crédito estruturado precisam ser reavaliados sob a ótica de um custo de capital mais elevado, inflação resistente e margens cada vez mais pressionadas.
A elevação da Selic, iniciada em setembro de 2024, tem o objetivo de controlar a inflação, mas seus efeitos impactam diretamente o setor imobiliário. O crédito ficou mais caro, o financiamento mais restrito e os projetos de longo prazo, como construções e incorporações, demandam um controle financeiro mais rigoroso.
Pensando nesse cenário desafiador, Diego Siqueira, CEO da Trinus.co, plataforma de soluções imobiliárias, compartilhou 5 dicas práticas para quem investe no setor imobiliário manter a performance dos ativos, mesmo em um ambiente de juros altos. Além disso, para o CEO, o momento também é de oportunidades para reforçar governança e uso de tecnologia para buscar mais eficiência. Confira:
1. Reavalie seus ativos com foco em fundamentos de longo prazo
Em um cenário de juros elevados, é essencial que os players do mercado de capitais mantenham um olhar estratégico sobre seus ativos, considerando fundamentos sólidos, potencial de valorização futura e oportunidades estruturadas de desenvolvimento. Avaliar bem o risco-retorno dos projetos e manter disciplina na alocação de capital pode fazer a diferença no médio e longo prazo.
2. Redobre o controle orçamentário de projetos
No caso de ativos em desenvolvimento, como incorporações e obras, o acompanhamento rigoroso do orçamento é essencial. O aumento dos custos com insumos e mão de obra pode comprometer a rentabilidade se não houver disciplina de monitoramento.
3. Mantenha atenção aos indicadores macroeconômicos
O comportamento da Selic, inflação, dólar e atividade econômica deve ser acompanhado de perto. Decisões de compra ou venda de ativos imobiliários precisam levar em conta esses fatores, especialmente quando se trata de ativos com longo prazo de maturação.
4. Avalie o risco de crédito das operações
Em operações de crédito estruturado, é crucial reforçar a análise de risco dos tomadores. O ambiente de juros altos pode aumentar a inadimplência, o que exige uma diligência maior na seleção dos projetos financiados e no monitoramento da saúde dos recebíveis.
5. Aposte em gestão ativa e dados sólidos
Mais do que nunca, a gestão ativa faz a diferença. Monitorar indicadores, rever projeções e ter acesso a dados confiáveis é essencial para se antecipar aos movimentos do mercado e proteger seu capital. Busque parceiros com experiência e visão estratégica de longo prazo.