ESG na construção civil: formas de aplicação

Neste artigo, exploraremos as diferentes formas de aplicação do ESG na construção civil, desde a mobilização do ecossistema até os benefícios financeiros e o impacto nos investimentos.

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Por: Trinus.Co

Também, examinaremos a importância da sustentabilidade na construção civil, destacando práticas e iniciativas que visam reduzir o consumo de recursos naturais, promover o uso eficiente de energia e água, e minimizar o desperdício de materiais.

Ao entendermos melhor o papel do ESG na construção civil e suas ramificações para o mercado imobiliário, podemos não apenas impulsionar a inovação e a eficiência no setor, mas também contribuir para um futuro mais sustentável e inclusivo para todos.

O que é ESG?

A expressão ESG é uma sigla inglesa e refere-se a meio ambiente, desenvolvimento social e governança (environment, social e governance, no original). De forma resumida, trata-se de indicadores que buscam medir o impacto e a influência destas três áreas na operação de empresas.

O ESG na construção civil, ou em qualquer outra área, é um tema central no ambiente corporativo. Uma pesquisa mostra que sete em cada dez corporações avaliam o desempenho e a remuneração de seus profissionais com métricas baseadas neste conceito.

Não por acaso, estes três temas passaram a dominar as preocupações de organizações de todo o mundo há algum tempo. A pandemia de covid-19 exacerbou essa necessidade, reforçando a adoção de processos e políticas que estimulem a sustentabilidade, o respeito às leis e diretrizes, além da promoção do bem-estar.

ESG na construção civil: impacto nos investimentos

Os investimentos com princípios ESG (ambiental, social e governança, na sigla em inglês) chegaram para ficar. Cada vez mais investidores aderem a esses princípios para, ao mesmo tempo, buscar melhores rentabilidades e gerar impactos positivos para a sociedade e o planeta.

Além disso, há outro aspecto importante que impulsiona o crescimento dos investimentos ESG: a mitigação de riscos, pois uma empresa com boas práticas nessas áreas tende a obter resultados mais sustentáveis no longo prazo. 

Os números já começaram a comprovar essa tese:

No primeiro semestre de 2020, período de grande estresse no mercado financeiro mundial por conta da Covid-19, o banco de investimentos americano Morgan Stanley fez um levantamento nos EUA com mais de 1,8 mil fundos de investimentos e fundos de índice (ETFs) e verificou que fundos com características ESG performaram melhor (ou tiveram menos perdas) que produtos sem esses critérios. 

Segundo o IPCC (Intergovernmental Panel on Climate Change), organização política ligada à ONU para monitoramento de mudanças climáticas, o setor de construção civil é responsável por cerca de 30% do total de energia consumida no mundo e por 20% das emissões de gases do efeito estufa.

Ou seja: para conseguirmos atenuar os efeitos das mudanças climáticas será necessário um esforço desse segmento e as práticas ESG vão exatamente ao encontro dessa necessidade. 

Para as construtoras, seguir esses princípios trará um duplo ganho: além de serem responsáveis com o futuro do planeta, também terão a oportunidade de acessar mais fontes de captação de recursos, como os fundos de investimento imobiliário específicos para empresas que seguem as boas práticas ambientais, sociais e de governança.

Benefícios do ESG na construção civil

Há um benefício claro na adoção de indicadores ESG no desenvolvimento de projetos do setor: a redução no consumo de recursos naturais e, consequentemente, um impacto menor da obra na natureza. Contudo, há outras contribuições que extrapolam a questão ambiental. Confira:

Mobilização de todo o ecossistema

Não há como criar métricas socioambientais e econômicas em projetos de edificações se todas as empresas não estiverem envolvidas. É preciso, portanto, mobilizar o ecossistema para que o assunto entre na pauta.

Desempenho financeiro

O ESG na construção civil proporciona duas vantagens econômicas ao projeto. O primeiro, claro, é a maior economia a partir do consumo consciente de recursos. O segundo é a maior facilidade para atrair investidores, uma vez que esta é uma das métricas mais valorizadas por bancos e fundos de investimento na avaliação de diferentes oportunidades.

Relacionamento com stakeholders

Além da questão financeira, esse indicador também melhora o relacionamento das empresas com seus stakeholders. Quando a organização adota práticas sustentáveis e é transparente em relação às normas e políticas, consegue dialogar com diferentes parceiros e profissionais, proporcionando um ambiente de trabalho melhor.

Acompanhamento de tendências

Além disso, adotar medidas ambientais, sociais e de governança mostra a preocupação do setor em se adequar a uma nova realidade global. O mundo se transformou nas últimas décadas e conceitos como sustentabilidade e compliance ganharam espaço para atender justamente as novas demandas que surgem das empresas e pessoas.

Sustentabilidade na construção civil

Na construção civil, a preocupação com a sustentabilidade vem em duas formas: no processo construtivo e nas características das obras entregues. Em ambos os casos, porém, as necessidades são as mesmas: 

  • Energias renováveis – nem sempre será possível montar uma estrutura de energia limpa nos canteiros. Porém, há empresas especializadas em vender créditos de energia solar, por exemplo. Nesse caso, a construtora compra em energia renovável o equivalente ao utilizado da rede tradicional, como forma de compensar o seu impacto. Em relação às unidades construídas, grandes empresas do mercado têm enxergado essa necessidade: a construtora MRV, por exemplo, divulgou que, até 2020, já tinha entregado mais de 2.500 unidades dos seus empreendimentos com energia solar, gerando até 80% de economia para as áreas comuns dos seus empreendimentos e para alguns apartamentos. A meta da empresa é entregar todas as suas unidades com essa tecnologia. A eficiência energética também pode ser verificada em detalhes dos projetos, como “telhados verdes”, que utilizam plantas para filtrar o gás carbônico e ajudar o prédio a reduzir a retenção de calor. Da mesma forma, o material e a cor da fachada também influenciam. Cores claras retêm menos temperatura, diminuindo a necessidade do uso de ar-condicionado e, consequentemente, de energia elétrica.
  • Resíduos sólidos – outro grande desafio é lidar com os entulhos e demais resíduos provenientes das obras. Hoje já é possível, por exemplo, reciclar concreto e argamassa sem causar prejuízo à resistência dos materiais. A utilização de madeira certificada – plantada e processada – é outra solução importante para se utilizar tanto em estruturas e detalhes dos pisos quanto na própria obra, na fase de concretagem.
  • Reutilização da água – a construção de cisternas para captação da água da chuva e sua reutilização em rega de jardins e lavagem das áreas comuns podem trazer até 50% de economia para os condomínios, o que é importante para o bolso e para o planeta.

Certificação internacional para edifícios sustentáveis

Criado em 1993 pela USGBC (United States Green Building Council), o LEED é o selo que certifica “edifícios verdes”. Como funciona? A sigla Liderança em Energia e Design Ambiental estabelece parâmetros de validação para cada ação sustentável que uma construtora adota em um projeto.

Se colocar células para captação de energia solar, por exemplo, ganha uma quantidade de pontos. Reutiliza a água da chuva? O número aumenta. Assim, cada projeto é certificado de acordo com as suas iniciativas. 

O mínimo para se certificar no LEED é 40 pontos, mas existem três níveis acima: silver, gold e platinum. Esse último é para quem alcança 80 pontos ou mais e pode ser considerado um projeto de benchmark no setor. Acesse o site do USGBC para entender em detalhes as exigências do LEED.

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