Como funciona a bolsa de valores: tire suas dúvidas

Investir na bolsa de valores pode parecer um território desconhecido para muitos, envolto em uma névoa de complexidade e incerteza. Como funciona a bolsa de valores é uma pergunta que frequentemente surge, acompanhada de dúvidas e apreensões sobre os meandros desse ambiente financeiro. 

Diante da multiplicidade de ativos, das oscilações diárias e das notícias que impactam os mercados globais, entender o funcionamento da bolsa de valores é essencial para quem busca explorar suas oportunidades e mitigar seus riscos. Falaremos disso neste artigo.

O que é a Bolsa de Valores?

A Bolsa de Valores é um ambiente onde ocorrem as negociações de diversos ativos financeiros, como ações, títulos e outros instrumentos financeiros. Sua função principal é assegurar que as transações ocorram de maneira segura, eficiente e justa para todos os participantes.

O que leva uma empresa a abrir capital na Bolsa?

Abrir o capital de uma empresa é permitir que os participantes do mercado se tornem acionistas da companhia, adquirindo suas ações. 

Para isso, a empresa deve ser constituída como sociedade anônima e atender a uma série de requisitos para se registrar como companhia aberta na Comissão de Valores Mobiliários (CVM), além de realizar um segundo registro na B3 para ter suas ações negociadas na bolsa de valores.

Mas por que uma empresa optaria por abrir o capital na bolsa? Existem diversas razões que podem motivar esse movimento, sendo as principais:

1. Acesso a capital

Ao abrir o capital, uma empresa pode captar recursos financeiros para realizar projetos e expandir suas operações. 

Em vez de recorrer a empréstimos em instituições financeiras, que podem ter altas taxas de juros e prazos curtos, a empresa emite novas ações e as coloca à venda no mercado. 

O dinheiro arrecadado pode ser utilizado conforme os planos da empresa, e os investidores serão remunerados com dividendos, não com juros, o que geralmente representa um custo menor para a empresa.

2. Liquidez patrimonial

Em muitos casos, a abertura de capital não envolve a emissão de novas ações, mas sim a venda das ações já existentes pertencentes aos empreendedores e outros sócios da empresa. 

Dessa forma, a bolsa de valores oferece uma maneira para esses acionistas transformarem suas participações na empresa em dinheiro. 

Para empresas que receberam investimentos de fundos de private equity ou venture capital, a abertura de capital pode ser uma alternativa planejada desde o início do investimento, pois esses investidores buscam oportunidades de desinvestimento com lucro no futuro.

3. Visibilidade

Empresas listadas na bolsa de valores são obrigadas a prestar diversas informações ao mercado, o que resulta em maior visibilidade e reconhecimento perante o público. 

Esse acompanhamento frequente pelos participantes do mercado pode aumentar a projeção da empresa e permitir melhores negociações com fornecedores, além de contribuir para o reconhecimento e engajamento dos funcionários.

Como funciona uma Bolsa de Valores?

Funcionando como um ponto de encontro entre empresas em busca de capital e investidores interessados em adquirir participações, a Bolsa oferece uma oportunidade para as empresas levantarem fundos para financiar seus projetos e expansões, ao passo que os investidores têm a chance de se tornarem acionistas e compartilharem dos lucros e crescimento das empresas.

Com investimentos acessíveis, a Bolsa possibilita que qualquer pessoa se torne sócia das principais empresas do Brasil e do exterior, ampliando suas oportunidades de diversificação e crescimento patrimonial.

Entretanto, é importante ressaltar que investir em ações envolve riscos, pois os valores das ações podem variar de acordo com o desempenho das empresas no mercado. Se uma empresa enfrentar prejuízos ou perda de valor de mercado, os investidores também podem sofrer perdas financeiras.

Atualmente, a única Bolsa de Valores em operação no Brasil é a B3, resultado da fusão entre as antigas Bovespa, BM&F e Cetip. Na plataforma da B3, são listadas as ações e outros ativos financeiros, e são realizadas a compensação e liquidação das operações feitas pelos investidores.

A B3 também desempenha um papel fundamental na divulgação de informações de mercado e no gerenciamento de riscos nas operações, atuando como contraparte nos negócios realizados.

Um dos principais objetivos da B3 é garantir aos investidores a possibilidade de comprar e vender ações de forma conveniente, aumentando assim a liquidez do mercado e estimulando o interesse de mais pessoas pelos investimentos em ações.

Quem regulamenta a Bolsa de Valores?

A Bolsa de Valores é regulada por entidades que visam garantir a transparência e a integridade do mercado financeiro. A principal delas é a CVM (Comissão de Valores Mobiliários), uma autarquia do governo federal, responsável por definir as regras, fiscalizar e desenvolver o mercado de valores mobiliários no Brasil. 

Suas atribuições incluem proteger os investidores contra emissões irregulares de valores mobiliários, evitar atos ilegais de administradores e acionistas das empresas listadas e coibir práticas fraudulentas ou manipuladoras.

Além da CVM, outra entidade que desempenha um papel importante na regulação da bolsa de valores é a BSM Supervisão de Mercados, uma organização integrante da B3. 

A BSM é responsável pelo monitoramento das operações, supervisão dos participantes, ressarcimento de prejuízos e aplicação de ações disciplinares aos agentes que desobedecem às normas do mercado.

Um dos serviços oferecidos pela BSM é o MRP (Mecanismo de Ressarcimento de Prejuízos), que tem como objetivo devolver até R$ 120 mil por perdas causadas por ações de corretoras, distribuidores ou agentes autônomos. 

Esse mecanismo cobre prejuízos decorrentes de operações não realizadas conforme solicitado, mas não abrange perdas devido a movimentos naturais do mercado.

Mercados da Bolsa de Valores

Na Bolsa de Valores, as negociações são intermediadas por instituições financeiras, como bancos e corretoras de valores, que emitem as ordens de compra e venda de ativos para os investidores. Desde 2009, as distribuidoras também podem operar nesse mercado, ampliando as opções de acesso para os investidores.

Essas instituições oferecem uma variedade de serviços, como relatórios de mercado, recomendações de ações, suporte sobre o funcionamento da bolsa, ferramentas para negociações online, sistemas de análise de ações e informações sobre dividendos.

Empresas que buscam abrir seu capital na Bolsa de Valores precisam cumprir requisitos rigorosos, incluindo transparência financeira e igualdade de condições para os investidores. Além das ações, diversos outros ativos podem ser negociados na bolsa, como derivativos, fundos imobiliários, câmbio, ETFs, entre outros.

Quando uma negociação é realizada, a Bolsa de Valores é responsável por compensar, registrar e atualizar os papéis dentro do ambiente. Além disso, desempenha funções de agente de custódia, guardando centralizadamente todas as negociações, e agente de clearing, gerenciando os riscos das operações.

É importante ressaltar que as oscilações de preços dos ativos na bolsa seguem a lei da oferta e demanda, sendo que a Bolsa de Valores não interfere na cotação de preços, apenas facilita as transações e garante a integridade do mercado.

Tipo de investidores na Bolsa de Valores

Na Bolsa de Valores, os investidores desempenham um papel fundamental, impulsionando o mercado e contribuindo para o crescimento das empresas listadas. Existem três tipos principais de investidores:

• Investidores individuais: São pessoas físicas que compram ações para participar dos resultados das empresas. Esse grupo tem crescido no Brasil, mas ainda representa uma pequena parte da população.
• Investidores institucionais: Englobam fundos de pensão e fundos de investimento, que movimentam volumes maiores em cada operação. Devido ao seu patrimônio elevado, esses fundos compartilham o controle do capital das empresas com outros agentes do mercado.
• Investidores estrangeiros: São indivíduos que não residem no Brasil, mas investem em ações brasileiras. A situação fiscal de um país influencia a atração de investidores estrangeiros, e agências de análise de risco auxiliam esses investidores a avaliar os riscos de investimento em determinado país.

Portanto, as empresas emitem ações para atrair investidores, que negociam esses ativos na B3. As corretoras atuam como intermediárias, facilitando as transações entre empresas e investidores.

Principais Bolsas de Valores do mundo

O mercado global de ações é impulsionado por diversas bolsas de valores, algumas das quais exercem grande influência no cenário internacional. Entre as mais proeminentes estão:

• NYSE (New York Stock Exchange) – Localizada nos Estados Unidos, é uma das bolsas mais antigas e renomadas do mundo, com um amplo leque de empresas listadas.
• NASDAQ – Também nos Estados Unidos, é conhecida por ser uma bolsa de tecnologia e inovação, abrigando muitas empresas de alta tecnologia.
• LSE (London Stock Exchange) – Situada na Inglaterra, é uma das principais bolsas da Europa, com uma ampla gama de empresas internacionais listadas.
• Tokyo Stock Exchange – No Japão, é uma das maiores bolsas de valores da Ásia, com destaque para empresas japonesas de renome internacional.
• Shanghai Stock Exchange – Localizada na China, é uma das bolsas de valores de maior crescimento no mundo, refletindo o rápido desenvolvimento econômico do país.
• Hong Kong Stock Exchange – Em Hong Kong, é uma importante bolsa que serve como ponte entre o mercado chinês e o mercado internacional.
• Euronext – Operando em vários países da Europa, é uma das maiores bolsas do continente, com uma ampla diversidade de empresas listadas.
• Toronto Stock Exchange – No Canadá, é uma das principais bolsas da América do Norte, com foco em empresas dos setores de recursos naturais e tecnologia.
• Shenzhen Stock Exchange – Também na China, é uma bolsa em rápido crescimento, especialmente no mercado de empresas de tecnologia e inovação.
• Frankfurt Stock Exchange – Na Alemanha, é uma das bolsas mais importantes da Europa, com foco em empresas alemãs e internacionais.

Embora a B3 não exerça uma grande influência na macroeconomia mundial, tem crescido significativamente nos últimos anos, tornando-se uma das principais bolsas da América Latina.

Conclusão

Explorar o funcionamento da bolsa de valores é um passo crucial para quem deseja ingressar no mundo dos investimentos e compreender os mecanismos que movem os mercados financeiros. 

Ao longo deste artigo, mergulhamos nas nuances desse ambiente, desde a abertura de capital das empresas até os tipos de investidores e as principais bolsas de valores ao redor do mundo.

A Bolsa de Valores não é apenas um local de negociações, mas sim um cenário dinâmico onde empresas e investidores se encontram, impulsionando o crescimento econômico e financeiro. 

Seja você um investidor iniciante ou experiente, compreender como funciona a bolsa de valores é essencial para tomar decisões informadas e buscar oportunidades de crescimento financeiro.

Quer saber mais? Então aprenda a como fazer investimentos.