O aço caiu, o cobre subiu! E o que isso revela sobre sua maturidade de gestão de obras?

A oscilação recente entre a queda do aço e a alta do cobre revela um ponto crítico para desenvolvedores imobiliários: sem suprimento estratégico, gestão de obras baseada em dados e análise orçamentária contínua, toda a operação fica vulnerável.
Tempo de leitura: 5 minutos

Quando analisamos os últimos movimentos do mercado, identificamos um cenário de contrastes: enquanto os preços do aço mostram retração em alguns indicadores, os do cobre permanecem pressionados e essa dinâmica tem impacto direto em orçamentos, cronogramas e margens de empreendimentos imobiliários.

As importações brasileiras de ferro e aço atingiram US$ 5,11 bilhões em 2024, segundo dados da base UN COMTRADE.

Em paralelo, o relatório da International Energy Agency (IEA) aponta que os minerais críticos ao setor de energia, entre eles o cobre, têm demanda em forte crescimento e, ao menos no curto prazo, oferta pressionada.

O que essa oscilação significa na prática? 

Quando o aço recua:

No Brasil, apesar da percepção de queda, outro dado evidencia que as importações de aço devem bater recorde em 2025: por exemplo, segundo a Instituto Aço Brasil, as importações de aço laminado estão projetadas em cerca de 6,3 milhões de toneladas em 2025, um aumento de ~32% sobre 2024.

Logo, mesmo com “queda” de preço ou volume em alguns segmentos, a cadeia de suprimentos segue complexa, o preço em contrato pode já estar definido, o estoque pode estar consumido ou atrasado, e nem sempre a queda significa ganho garantido.

Quando o cobre sobe:

No âmbito global, o mercado refinado de cobre registrou déficit de cerca de 75.900 toneladas apenas em fevereiro de 2025, conforme a World Bureau of Metal Statistics (WBMS).

Além disso, a UNCTAD alerta que o cobre é um “caso teste” para materiais críticos, apontando escassez estrutural e necessidade de investimento de cerca de US$ 250 bilhões até 2030 para atender demanda.

Para o desenvolvedor, isso significa que itens como instalações elétricas, cabeamento, infraestrutura de automação e conectividade, que dependem de cobre podem sofrer aumento de custo e risco de atraso.

Cronograma, orçamento e contrato: os três precisam estar alinhados

Uma oscilação como a do cobre não atinge apenas a fase de instalações. O efeito se propaga:

  • no ajuste de contratos com fornecedores
  • no aumento de provisões orçamentárias
  • no impacto no prazo de execução da obra
  • no efeito no fluxo de caixa da empresa

Se o aço “barateia” superficialmente, mas o contrato já está fechado ou a cadeia já está ajustada com preços fixos, o alívio poderá ser mínimo. Se o cobre sobe e não há ação antecipada, o problema vira “imprevisto”.

Por que suprimento estratégico, monitoramento de obra e análise orçamentária são diferenciais decisivos

Suprimento estratégico

Dada essa volatilidade, estudar os insumos críticos torna-se obrigatório: analisar contratos, estoques, fornecedores alternativos e “gatilhos” de preço. Desenvolvedores, com visibilidade, conseguem renegociar melhor e antecipar compromissos.

Gestão de obra orientada por indicadores

Monitorar:

  • consumo real de insumos como aço e cobre;
  • avanço físico da obra (% executado);
  • desvios entre orçamento original e previsão revisada;
  • indicadores de fornecedores (lead time, reajustes etc)

… permite identificar riscos cedo e agir estrategicamente, em vez de reagir.

Análise orçamentária contínua

Orçamento não é documento fechado: ele deve ser revisado com frequência, frente a variáveis de mercado. Por exemplo, se as importações de aço para o Brasil recuam 24% em agosto de 2025 (como apontado em levantamento da Instituto Aço Brasil), pode haver margem de renegociação ou revisão.

Se o cobre mostra déficit estrutural global, a previsão orçamentária precisa absorver esse risco.

A oscilação não é o pior risco, a falta de governança sim

No nosso trabalho na Trinus, fazemos uma pergunta clara aos nossos parceiros desenvolvedores:

“Temos visibilidade das variações de insumos e do impacto direto no orçamento físico-financeiro?”

Se a resposta for “não”, existe um gap de governança que pode comprometer margem, prazo e entrega.

Quando monitoramos indicadores como consumo de metais, avanço físico, variação contratual e previsão de custo, conseguimos transformar o imprevisto em risco previsto. Dessa forma, a variação de preço deixa de ser um problema “inesperado” e passa a ser um cenário antecipado.

Previsibilidade virou diferencial competitivo

Os movimentos de aço e cobre são apenas parte de uma tendência maior: insumos em construções e empreendimentos imobiliários estão cada vez mais expostos a variáveis globais, oferta, geopolítica, cadeia de suprimentos, matérias-primas críticas.

Para o desenvolvedor que quer crescer bem, o caminho não é apenas “ter mais metros quadrados”. É crescer com método, dados, governança e controle.

Se você está planejando, executando ou entregando empreendimentos este ano, pergunte-se:

  • Quando foi a última vez que revisei meus contratos à luz das variações de insumos?
  • Meu cronograma está protegido caso o cobre continue subindo ou haja outro choque de preço?
  • Minha matriz de suprimentos considera fornecedores alternativos, estoques estratégicos ou mecanismos de hedge?

A previsibilidade não anula a volatilidade. Mas ela impede que a volatilidade destrua sua margem ou comprometa a entrega.

Conte com a Trinus

Volatilidade de insumos é parte do jogo; preservar margem depende de método. Na Trinus, combinamos tecnologia de monitoramento, governança e acesso a capital para conectar suprimento estratégico, gestão de obras e análise orçamentária do início ao pós‑obra. Assim, o imprevisto vira cenário previsto e o desenvolvedor ganha previsibilidade para decidir.

Fale com o nosso time, e veja como podemos te ajudar!

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